MORTE E VIDA SEVERINA– um dos maiores sucessos do teatro brasileiro em todos os tempos.Montado originalmente em 1965 pelo Teatro da Universidade Católica de São Paulo (TUCA), com direção de Roberto Freire e músicas do jovem estudante Chico Buarque, este espetáculo atravessou o Brasil durante os anos de chumbo e ganhou inúmeros prêmios em festivais internacionais, sendo o mais importante deles o do Festival de Nancy.O poema de João Cabral de Melo Neto, que em síntese é um auto de natal nordestino, relata a saga de milhares de migrantes nordestinos que desde os anos 40 deixaram o sertão e vieram para o sul e sudeste em busca de trabalho e uma vida digna. Pelo caminho só encontram a morte nas várias paradas deste trajeto.
De lá pra cá pouca coisa mudou na vida dos nordestinos e embora migrem menos, esta rota de mão única nunca cessou. Comovente, lírico e musical, MORTE E VIDA SEVERINA se tornou uma referencia na carreira do autor, João Cabral de Melo Neto e do compositor da trilha, Chico Buarque de Hollanda, que imortalizou a obra com canções como “Funeral de um lavrador” e tantas outras. Nunca é demais revisitar os clássicos do teatro brasileiro, principalmente se continuam belos e atuais. Por isso o Teatro de Pesquisa – Cia do Teatro da Cidade – optou por esta montagem em 2011, exatamente quando se fala tanto em dois brasis, o do norte/nordeste, ainda pobre e acabrunhado e o do sul/sudeste, rico país preconceituoso. MORTE E VIDA SEVERINA é Brasil do principio ao fim e o segredo de tanto sucesso e tantas montagens ao longo dos anos de norte a sul do país é que ele coloca o homem e sua angustia diante da morte no centro da cena. Para esta montagem, o diretorPedro Paulo Cava, acrescentou à cenografia do espetáculo projeções de obras de Candido Portinari, especialmente a série “Retirantes”, elaborada nos anos 40, mas que perpassa toda a obra do genial pintor nas décadas seguintes. |
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